Cinco outros casos de possíveis vítimas do trio
investigado por homicídio e pela prática de canibalismo, em Garanhuns, Agreste
pernambucano, estão sendo apurados pela Polícia Civil, que não revelou mais
detalhes desses crimes para preservar a apuração dos fatos. Ontem
(16), o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) anunciou, no
Recife, que vai coordenar três frentes de investigação: os dois casos já
conhecidos no interior de Pernambuco, outra investigação na delegacia de
Olinda, no Grande Recife, além de apoiar um inquérito aberto na Paraíba, onde a
existência de uma vítima do trio também está sendo apurada. Ao todo, nove
mortes podem ser atribuídas ao grupo, quando a investigação for concluída.
De acordo com o DHPP, os três suspeitos já
confessaram a autoria dos dois assassinatos em Garanhuns e de mais um em
Olinda. No entanto, até agora, só foram encontrados os corpos das mulheres
mortas no interior. Eles foram liberados pelo Instituto de Medicina Legal (IML)
do Recife, no sábado (14), após identificação dos parentes. Mais amostras de
tecidos foram coletadas para serem examinadas pelos peritos. "Pode ser
que, além dessas duas vítimas, haja restos mortais de outras pessoas
também", disse o delegado Osvaldo Moraes, diretor de Operações da Polícia
Civil.
Em relação aos salgados recheados com carne
humana, que uma das vítimas afirmou vender na cidade, o diretor afirmou que é
praticamente impossível provar isso. "Não sabemos se é verdade, se eles
falaram só para causar impacto. Isso não está provado nos autos. Temos que ver
se é criação da cabeça deles ou não. A verdade é que isso nunca vai ser
provado", ponderou.
Entenda o caso
Os suspeitos de cometer a barbárie formam um
triângulo amoroso composto por um homem e uma mulher de 52 anos, que seriam
casados, e uma jovem de 23. Em depoimento à Polícia Civil, eles disseram que
usavam carne humana para produzir salgados, que eram vendidos à população de
Garanhuns e servidos como refeição, inclusive para a criança de 5 anos que
vivia com eles e que ajudou a polícia a elucidar os crimes. Os suspeitos ainda
confessaram guardar parte dos corpos das vítimas na geladeira.
Seita
De acordo com a polícia, os suspeitos falaram que
faziam parte de uma seita, que pregava a purificação do mundo e a diminuição
populacional, matando três mulheres por ano. O homem suspeito de comandar o
trio nos assassinatos fez um livro, ilustrado e registrado em cartório, onde conta
detalhes dos crimes e da vida dele.
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